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O mercado de trabalho brasileiro está cada vez mais competitivo e exigente, especialmente para os profissionais qualificados. É o que revela o Índice de Confiança Robert Half (ICRH), estudo trimestral que monitora o sentimento dos profissionais qualificados em relação ao mercado de trabalho e à economia.
A versão de fim de ano do ICRH, publicada em dezembro de 2023, apresenta um ligeiro crescimento no indicador para a situação atual, que passou de 37,3 pontos para 38,2, e representou o maior nível de confiança do ano, mesmo que fora do patamar otimista. No entanto, a avaliação dos próximos seis meses diminuiu 1 ponto percentual e acende um alerta.
“Apesar de vermos uma pequena melhora da confiança no cenário atual, é importante perceber que o pessimismo ainda está presente e aumentou quando pensamos no futuro. O nível de insegurança do brasileiro em relação aos dados macroeconômicos tem sido uma constante. Entretanto, mesmo diante das incertezas, é fundamental que as empresas não se acomodem, mas sim adotem medidas proativas para enfrentar os desafios, na construção de bases sólidas para o futuro”, analisa Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul.
Taxa de desemprego dos profissionais qualificados cai para 3,3%
Por outro lado, segundo resultados da PNAD, o nível de desocupação dos profissionais qualificados (a partir dos 25 anos e com graduação completa) foi de 3,3% no terceiro trimestre de 2023. No comparativo com o mesmo período do ano passado, a taxa está 0,5 pp mais baixa, além de 0,2 pp menor do que a registrada no último ICRH.
“Ao longo de 2023, observamos consecutivas quedas nas taxas de desemprego, principalmente entre os profissionais qualificados. Durante os primeiros trimestres do ano, surpresas positivas, como o crescimento econômico acima do esperado e a diminuição dos juros, contribuíram com esses números e aumentaram a demanda por trabalhadores, cada vez mais disputados”, explica Mantovani.
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Oito em cada 10 empresas têm dificuldade para contratar
De acordo com o estudo, 78% dos recrutadores sinalizam dificuldades na contratação de profissionais qualificados. Entre os entrevistados, 67% acreditam que o cenário não deve mudar nos próximos seis meses, enquanto 25% creem que ficará ainda mais desafiador, o que representa um aumento de 5 pp na comparação com a última edição do ICRH, lançada em setembro.
Em paralelo, os desafios de retenção batem à porta. Dados do Caged revelam que os desligamentos a pedido do colaborador corresponderam a 40% do total de demissões do terceiro trimestre de 2023.
Os níveis de desemprego próximos dos 3% proporcionam um maior protagonismo para os profissionais em suas relações de trabalho, o que justifica o volume considerável de demissões a pedido do próprio colaborador.
Nesse cenário, cria-se a hipótese de dois movimentos: o primeiro envolve o aumento da busca por novos desafios, e, na ótica inversa, o segundo atrela as desistências à insatisfação com o trabalho, dado que os últimos anos trouxeram à tona questões sobre saúde mental e equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
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